Mulheres no limbo

  • Por Simone Lima
  • 11 mar., 2019

Quando a idade não bate com a aparência e vice e versa.

O Limbo, foi considerado pela igreja católica, até 2007, um lugar que não pertencia nem ao céu e nem ao inferno; era para este lugar onde iriam as crianças que não havia sido batizadas para poderem ir para o céu, nem tinham cometidos pecados para serem enviadas ao inferno.

No sentido figurado, limbo, por vezes é usado para se referir ao esquecimento e vazio, um lugar para onde coisas inúteis e sem valor são enviadas. 

Esse parece ser, o caso das mulheres que não aparentam a idade que consta no seu RG, pelo menos, na publicidade.

Requisitam mulheres acima de 50 anos para determinado trabalho e quando recebem as fotos, acham que a beleza e "juventude" apresentadas nelas, são obras do photoshop.

Requisitam mulheres até 45 anos e quando recebem fotos de uma mulher com idade cronológica acima dos 50, acham que a coitada não sabe ler. São ignoradas e ainda são admoestadas com respostas assim: "Favor não dar ok, em jobs que não estão no seu perfil"

Existem portanto, mulheres jovens e mulheres com cara de vovozinha simpática de cabelos grisalhos. Nós, que nos matamos para manter a linha.................... estamos no Limbo.

Por Simone Lima 11 de março de 2019

Se a passarela intimida? Opa!!!!! Claro que sim.

Será que isso é para mim. Será que vou errar? Será que vou esquecer de mostrar a bolsa? Será que não vou conseguir tirar o casaco? Será que vou tropeçar, será que vou cair?????

O que eu estou fazendo aqui? Será que não vou dar vexame?

Sim, a passarela intimida sozinha. Quando tem muita gente em volta dela, esperando você entrar, intimida muitas vezes mais.

Entretanto, a passarela é uma lição de vida. Deveria fazer parte do curriculun de qualquer mulher.

Você aprende a andar, aprende a se equilibrar no salto com elegância e fluência, te rejuvenesce, melhora tua postura corporal, serve como incentivo para se cuidar mais, para comer melhor, para evidenciar as tuas qualidades e identificar teus defeitos, para enfim, definitivamente saná-los.

A passarela intimida, mas também liberta. Depois de desfilar numa passarela, nada mais te intimidará.  

Por Simone Lima 11 de março de 2019

Há no Brasil, dezenas de confecções que focam nas mulheres de mais idade, não sem razão, já que o comércio vislumbrou neste segmento, mulheres empoderadas com um grande potencial de compra. Estima-se que 20 % da produção anual se concentre neste nicho.

Parece claro que o mundo da moda vem através dos anos, ás vezes, à fórceps, é verdade, esquecendo um pouco a moda jovem e focando neste mercado desafiador: agradar a mulheres independentes e que sabem muito bem o que querem.

Cada vez mais, buscamos roupas com estilo, elegância, glamour, com estampas e modelagens diferenciadas, a fim de refletir nossas preferências e personalidades.

Entretanto, algo parece fora do contexto, nebuloso, desconexo e por que não dizer intrigante: qual a razão mercadológica pela qual estas confecções usam em suas propagandas, modelos com a metade da idade, ou até menos, das mulheres que são seu público alvo?

Será que entre as milhões de mulheres  deste nosso Brasil varonil, não há dezenas de milhares, que possam representá-las numa passarela? Ou será que uma jovem vestindo uma roupa desenhada para uma mulher mais velha dará a compradora a ilusão que estará se vestindo como uma garota?

E fica a pergunta: quando iremos quebrar esse paradigma? Quando teremos modelos maduras em nossos desfiles, em nossas campanhas, nos outdoors e banners por aí afora? 

Será que o sucesso absoluto das modelos plus-size já não mostrou o caminho?